quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Desabafo...

Enfim, sensação de fracasso. Sinto que fiz escolhas erradas e hoje, sinto as consequências na pele... Pele, consequências desastrosas que esfolam minha derme, atingindo minha alma.


Mais um dia difícil, brigas. E a conclusão é sempre a mesma: não dá certo!

Mas porque o meu coração teima em insistir?

Meu corpo não responde mais, a desilusão e o desânimo mobilizam meus membros, mas o coração continua pulsando, numa tentativa desesperada de prosseguir.

Mas hoje tenho uma sensação diferente, o coração, apesar de teimoso, pulsa um pouco mais devagar, devido a “chocalhada” de hoje. Uma avalanche de palavras disparadas como flechas afiadas, atingiu o pobre coração que, agora, agoniza devido a dor de uma paixão não correspondida, incompreendida...

O que mais assusta é que a aflição habitual, pós briga, não deu as caras por aqui. Hoje o coração chora silencioso, admitindo, de certa forma, que é hora de parar. Não dá mais para seguir.

No entanto, é duro ver tantos planos – ainda que insucetíveis de qualquer realização – seguir “ralo a baixo”, rumo ao abismo das expectativas perdidas. Difícil...

Hoje me preparo para aceitar o fato de que não devo continuar. Não dá mais, chega.

Apesar de estar distante do conceito “parceira perfeita”, fiz de tudo para otimizar as coisas. Palavras engolidas, desesjos reprimidos, tudo em prol da sua satisfação, sua... Sacrifiquei todos os meus desejos de mulher, silenciando-os - mesmo que isso significasse uma auto destruição - para me adaptar ao pouco que você tinha a oferecer. Aprendi a conviver com beijos imaginários, abraços de mentira e orgamos utópicos e escondi a o produto dessa repressão – frustração –  embaixo do tapete, a fim de manter a casa sempre limpa, para que você não visse nada fora do lugar.

No entanto, o vendaval de palavras agitaram a sujeira escondida e do tapete sairam todas as sensações reprimidas...

Um pesadelo. Um "flashback” de emoções revelou o quanto fui imcompreendida e desvalorizada. Eu tinha tanto para oferecer, tanto...

Reservei pra ti os meus profundos e calorosos suspiros, mas hoje posso ver que todo o carinho que guardei foram esquecidos, ou melhor, ignorados porque não se esquece de algo que sequer foi lembrado. Afinal, consideração pra que?

Será que vale a pena viver assim?

Sim a culpa é minha, toda minha. Você nunca me prometeu nada, não precisa repetir.

O “enxoval” de boas qualidades foi feito por minha própria conta, minha inciativa, só minha. Só que hoje é diferente, não quero mais dispensar minha compreensão, paciência, carinho e admiração a uma pessoa que, a todo instante, me recrimina, marginaliza e me empurra para o fundo do poço. Chega, hoje quero me amar!

Sei que vai ser difícil, mas vou conseguir. A partir de hoje o coração está em quarentena. Sim, vai se curar para prosseguir, mas não mais em função de ti, não mais.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Tempestade

Hoje acordei com uma sensação muito ruim. Não sei ao certo, mas sinto o gosto amargo do fracasso. Sim, é muito difícil conviver com a derrota. Para tentar amenizar o estado de dormência, para forçar alguns passos de forma a continuar em frente, me apego à idéia de que fiz todo o possível e, até mesmo, o impossível.


Mas a quem quero enganar? A mim mesma? Não basta ter vivido com os olhos vendados, ignorando minha essência por tanto tempo?

Essa idéia de que “eu fiz tudo que podia” ou “não era pra ser”, para mim, é covarde, pura vaidade.

A verdade é que errei, errei feio mesmo. Fantasiei tanto, interpretei tudo ao meu favor, tudo conforme minha conveniência sem me dar conta de que estava a me atirar num abismo que eu mesma criei. Aliás, eu até tinha idéia de que fantasiava um pouco as coisas, mas era tão bom, como um trago de rum após um dia agitado de trabalho que eu não conseguia, ou melhor, não me permitia parar de sonhar.

Mas, como nenhum ser humano vive somente de sonhos, hoje encarei a realidade e vi que as coisas são bem diferentes de tudo o aquilo que idealizei. Ah, triste ilusão, pobre coração. E adaptando melhor a história: “colombina apaixonada chora pelo amor do pierrot”.

Amor esse que nunca existiu senão nos seus sonhos, nos pensamentos e nos “planos” arquitetados durante todas as noites desde que ousei me entregar a ti.

Daí a sensação de fracasso, isso porque sonhar também requer dedicação. Toda a noite, antes de dormir, traçava planos, sempre atenta aos mínimos detalhes. Tudo tinha que estar perfeito. Horas de sono perdidas, cujo produto final foi confeccionado apenas com ilusão.

Assim, após a tempestade de realidade, a matéria prima utilizada no meu castelo – ilusão – não resistiu à enxurrada, e tudo foi tomado por um grande mar de possibilidades perdidas, palavras omitidas e gestos oprimidos.

Enfim, hoje estou aqui, ainda cambaleante, me recuperando da “chocalhada”, uma onda gigante, com flashes de realidade me atingiu e eu, após agonizar no mar de expectativas frustradas e sonhos destruídos, tive toda minha força sugada. Saí de lá despida, sem alma, sem direção.

Após a enchente, tudo secou. Antes tempestade, agora, sertão. Solo fértil não há mais. Portanto, acredito que nenhuma nova semente de ilusão, por ora, se desenvolva.

E como diz Marisa Monte: “desilusão, desilusão, danço eu na dança da solidão...”.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Hoje uma estrela se apagou. Cavalheiro errante retomou seu rumo e se foi. Desviou-se em direção à minha rota por um segundo e me fez feliz. Porém, uma vez errante, sempre errante. E olha que enfeitei o meu caminho com lindas flores, frutos, com a melhor música e com calorosas promessas, mas não adiantou. A minha rota, ele abandonou. Se foi, levando consigo as minhas melhores lembranças, o sorriso sincero e o brilho do meu olhar. Cuide bem disso moço.
Tudo em vão. O sonho construído com muita dedicação, carinho e com a imaginação daqueles que realmente amam restou despedaçado por uma palavra, uma única palavra. Sonho de cristal cujos estilhaços espalharam-se no ar após sua partida. Espalharam-se com tanta força que me cortaram inteira, perfurando pele, carne e alma...
Agora estou aqui, em carne viva e com o íntimo dilacerado, recolhendo no chão o pouco que ficou numa tentativa desesperada de recuperar pelo menos um caco de esperança para, enfim, continuar. Porém, essa busca só serviu para cortar ainda mais as minhas mãos. Dentre cacos, sangue e lágrimas me deparo com destroços de palavra omitida, de ilusão, de frustração mas nenhum caco de esperança.
É, acho que é hora de mudar de rota. Cavalheiro errante, pode seguir. Não há nenhum caco de esperança que me incentive a lutar por ti...